sábado, 7 de maio de 2016

RESENHA: O TIGRE DE LISTRAS AZUIS E OUTROS CONTOS

 
Ficha técnica

Autor: Júlio Emílio Braz
Ilustração: Mozart Couto
Editora: Kimera
Ano: 2015 – RJ
Gênero: literatura infantojuvenil, literatura brasileira.
ISBN: 978-85-68883-04-4


Quem nunca se deparou com uma situação de doença grave onde o risco de falecimento do ente querido é uma constante?
Ou acompanhar um familiar muito querido e amado num processo de coma, procedimentos de UTI, aparelhos apitando o tempo todo, um entra e sai de enfermeiros e médicos, onde não há dia ou noite... Tensão é sua aliada e fiel companheira. Situação complexa e que deixa muitas marcas.
Porém o autor teve uma sensibilidade e sutileza ímpar para descrever todo o processo de adoecimento e agravamento de uma doença onde a vítima é uma criança, todo mundo  fica condoído quando o ser afetado teve pouca oportunidade de “curtir” a vida. Chegando ao estado de coma e o que fatalmente sucede...
Mas o que surpreende quem lê é a delicadeza do autor de através da figura do tigre de listras azuis ir fazendo a criança que se encontra acamada e adoentada de viver suas fases sem sofrer de forma dramática e sim mostrando que pode perder de um lado mas há um ganho também...de acordo com a fé do leitor.
A figura do tigre não deu nomes às situações que o paciente vivia e sim fazia vive – lá de forma intensa e profunda, tudo numa linguagem simples de fácil compreensão para as crianças, além de uma dica de como os pais podem falar de temas polêmicos sem drama e sofrimento, jamais julgando a capacidade de compreensão dos pequeninos.
Como também têm outras histórias com temáticas interessantes e que tanto os pais, educadores e os pequenos podem vivenciar muito do que eles questionam, através da imaginação mergulhando nas histórias, sem necessariamente viver no mundo real.



sexta-feira, 6 de maio de 2016

RESENHA: O GATO QUE CONHECEU A HISTÓRIA

 
Ficha técnica
Autor: André Barroso
Ilustração: André Barroso
Editora: Kimera
Ano: 2015 – RJ
Gênero: ficção, literatura infantojuvenil, literatura nacional.
ISBN: 978-85-68883-11-2

Marina achou que ganhando um gato teria uma grande distração, depois se deu conta que ela já havia viajado mais que seu novo amigo gato, que com sua experiência e aparência constava que não tinha nada de novo.
Marina mostrou que os deveres escolares assim como os livros são o passaporte para grandes viagens e aventuras mergulhando na história mundial, vivendo ao lado dos grandes personagens. Desde que ela ganhara o novo-gato-barbudo fazer o dever de casa começou a não ser algo chato e cansativo, mas um momento onde através da imaginação os dois amigos visitam vários lugares do passado, bem distante, como também a outros lugares.
Este livro vem incentivar e mostrar como prazerosa pode ser a leitura, além de adquirir conhecimento à capacidade de vivenciar e experimentar situações inusitadas que só a imaginação fértil e ingênua de uma criança pode favorecer.
Quantas vezes me refugiei nos livros, para poder acalentar minha alma que momentaneamente encontrava-se angustiada e depois de uma viagem através do universo mágico dos livros. Recuperava as forças para poder encontrar a melhor solução para o problema ou a adversidade apresentada.




RESENHA: O MISTÉRIODOS NARIZES DESAPARECIDOS

 
Ficha técnica

Autor: Ney Megale
Ilustração: Ney Megale
Editora: Kimera
Ano: 2015 – RJ
Gênero: literatura infantojuvenil, literatura brasileira, contos.
ISBN: 978-85-68883-01-3

Quando peguei nas mãos o livro logo fiquei intrigada com o título bem peculiar, me recordou da brincadeira de “roubar o nariz”. Que muito adulto faz com as crianças e que as deixam desconcertadas, ao aproximar a mão com o polegar entrelaçado com o dedo indicador e o dedo médio, porém tive uma surpresa com a capacidade criativa do autor.
Onde imaginaria que seria o mistério solucionado por conta do festival anual do boneco de neve, e que o livro soluciona o mistério, mas pode ser que seja temporariamente?
A linguagem rimada é boa para acostumar as crianças com outra forma de escrita, onde as ilustrações colaboram para que haja uma melhor interpretação. O autor escreveu de forma singular, não só a temática, mas a estrutura também o protagonista não fica bem claro quem é deixando a imaginação do leitor ir até o infinito, podemos entender também que o protagonista é o vilarejo, povoado, cidade e não uma única pessoa que comumente nos é trazido pelos autores.
O que me deixou perplexa foi que a ideia do enredo do livro veio do filho do autor quando este tinha apenas três anos, que é uma época onde a imaginação é um terreno fértil, além de que um simples pedaço de madeira pode ser uma espada, uma arma com laser. Assim ela vai sendo alimentada por histórias e por situações que favorecemos o uso da imaginação e criatividade, é uma importante função que pais e educadores temos para com as crianças.
Alimentar suas mentes com alimento que seja fértil e que favoreça uma vida mais simples com menos angustias e sofrimento.



quinta-feira, 5 de maio de 2016

RESENHA: CADÊ O DESENHO QUE ESTAVA AQUI?


Ficha técnica

Autor: Ricardo Garcia
Ilustração: Ricardo Garcia
Ano: 2015 – RJ
Editora: Kimera
Gênero: literatura infantojuvenil, literatura brasileira, contos.
ISBN: 978-85-68883-09-9

A história descreve o que toda criança sonha que sua criação tenha vida, o autor teve a sensibilidade de fazer o leitor vivenciar momentos onde interagiam com desenhos, brinquedos, bonecas dando vida a eles e mais diferenciando o real do imaginário.
Uma palavra define o livro: sensacional! Psiquicamente existem várias aprendizagens contidas que talvez o autor não tenha feito de forma consciente, mas, permite o leitor viver o isolamento e segregação do personagem que não havia sido acabado, e que sendo diferente não se sentia pertencente ao lugar (Rabisco).
A saudade, que o Lucas sentindo falta de seus desenhos faz com que ele vá à busca do que ocorre com seus “tesouros interiores”. A alegria que ele tem ao reencontrar o que ele produziu, mas que havia sido “sequestrado”. Quantos conteúdos têm neste livro breve, mas recheado de emoções e vida psíquica a ser vivida.
Podemos vivenciar também através do que lemos, ou melhor, mergulhamos no universo proposto pelo autor. Fornecer situações diversas as crianças é fornecer conteúdo para uma futura elaboração de uma maturidade psíquica pertinente à idade cronológica - intelectual, já tendo favorecido o desenvolvimento emocional.
Temos mais dois aspectos a serem observadas, a solução lógica e prática, pois como a vila torta é um lugar dos desenhos de Lucas, ou seja, seu universo particular os desenhos do Rabisco não são pertinentes, por isso o uso da borracha.
Mas como ele percebeu que o Rabisco tinha se sentido menosprezado ele o finalizou, o que temos um aspecto muito bom a ser ressaltado, pois não houve sentimento de vingança, e sim de acolhimento, o que falta incentivar nossas crianças.
Nada de bateu, bate também! Porque não ser da paz e dizer: bateu conta para a professora?
Os adultos agindo de outra forma, as crianças assimilam também através dos exemplos, e diria mais, falar e não agir da forma que se fornece o comando á criança faz com que ela não tenha a atitude esperada. A atitude será contrária com o comportamento que a criança observou.
Finalizo fazendo uma confissão: quando pequena acreditava que minhas bonecas interagiam depois da meia noite, nunca conseguia ficar acordada para presenciar... Este livro me fez lembrar situações deliciosas que a inocência de uma criança permita com que ela vivencie, sem se importar com o julgamento alheio.
Por isso, hoje sendo mãe, brinco com meu filho do que é possível e sempre alimentando a criatividade e imaginação... nós dois brincando de Capitão América e Mulher Maravilha é demais engraçado... Pego familiares rindo escondido! E ele se divertindo!